segunda-feira, 28 de outubro de 2019

NAC Sorocaba apresenta o espetáculo Demência


NAC Sorocaba apresenta o espetáculo Demência

 Com direção de Junior Mosko o espetáculo surge a partir da realidade e da história do município de Sorocaba, considerada o maior polo manicomial no Brasil e que possui um histórico de violação dos direitos humanos nos antigos hospitais psiquiátricos e hoje atravessa uma crise nos serviços de saúde mental, o que apareceu em pesquisas de mestrado e doutorado de alunos do NAC, bem como, de vivências de todos os integrantes do grupo, que de alguma maneira tem histórias relacionadas à experiência da loucura.
A dramaturgia, a fotografia e a sonoplastia são de Everton Oliveira, com iluminação de Claudinei Rosa. O elenco é composto por Alesson Brito Araújo, Bárbara Brito, Ednaldo Carlos, Enzo Farnocchia, Ivy Sobral, João Carlos, José dos Santos, José Vicente, Joyce Siqueira, Luissa Queiroz, Madalena Araújo, Madalena Silva, Maria Helena Antunes, Nancy Del Guercio, Tiago Santos e José Zurdo.
Com classificação para maiores de 18 anos “Demência” é um espetáculo sobre a injustiça e as formas de tratamento desumanas dispensadas àqueles mais pobres em nossa sociedade, pois, muitos estudiosos diriam que a luta pela saúde mental é uma luta contra a pobreza, pois, grupos de pessoas que vivem nas comunidades mais carentes estariam muito mais expostas às contrariedades da vida em seu cotidiano, mais suscetíveis àquilo que chamam de loucura, como defendem as teorias e mostram os números.
Demência conta a história de uma família humilde, de uma região periférica de qualquer cidade brasileira, seja ela grande ou do interior, que tem sua única filha exposta a uma situação de violência sexual, o que acaba por desencadear diferentes processos de demência nos integrantes daquela comunidade que são levados à cadeias e manicômios, como meras vidas nuas.
É um espetáculo que trata de um dos mais graves problemas enfrentados pelas sociedades contemporâneas – a condição de saúde mental da população, que segundo a OMS aflige uma em quatro pessoas no mundo e, ao adentrar em um universo das inúmeras faces da loucura, apresenta traços da sua história e de sua memória no mundo ocidental – o eletrochoque, a lobotomia e a quimioterapia, a concepção cultural sobre ela ao longo do tempo, além do tradicional estatuto médico psiquiátrico que a recobria.
Traz à luz também o processo de desinstitucionalização psiquiátrica vigente no país e diferentes experiências sobre a loucura – a histeria coletiva, a depressão, a esquizofrenia, o uso abusivo de álcool e drogas -configurando-se como uma abordagem sobre seu território uma crítica sobre o denso muro dos antigos hospitais psiquiátricos, das prisões, a violência e a exclusão, o preconceito, o estigma e a injustiça, o que muito contraria uma sociedade de horizontes verdadeiramente democráticos que, de portas abertas, respeita os direitos humanos e a cidadania.

Serviço

Teatro do SESI Sorocaba
R. Duque de Caxias, 494 – Mangal
Entrada gratuita
Classificação: 18 anos
Quando: 22 de outubro de 17
Horário: 20h